"Vai bicho desafinar o coro dos contentes"

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Na manhã seguinte

O instinto do poeta é coisa dele
Que o sigam os sonhos e os sonhadores
Pois seus dentes estão apodrecendo aos poucos
Como a vida
O instinto do poeta é grande
É como se fosse o próprio caminho
Um espectro o assombra todas as noites
As vezes dia, quando sozinho
E sorrindo leva a poesia, ou traz
O instinto do poeta é cisma
Um dia depois do outro
Na cidade enlouquecida
Num barco sem vela
Nesse mar sem rumo certo
O destino do poeta é coisa dele longe daqui ou bem perto.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"não se fala. não é permitido:
mudar de ideia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento"

                            (Torquato Neto)


No palco
na ponta 
no rosto 
ela conta

Na dor
na beleza
na alegria 
a tristeza

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O poema é feito de matéria:
Sujeira, sentimento, safadesa
O poema é isso:
Ou se limpa
ou se joga fora

                 (João Paulo)

yes:  ou foi o tombo do navio
        ou foi o balanço do mar


não é meu coração
nem
o cio do nosso estar.
não é a tal balança, nem o pavio
que pode incendiar
a dança. É a minha cama farta. é
a minha cama farta,
muito
alta. É.
Na noite
(-indiscreta-)
ao livro que frequento
.
.
Vinde dentro pois
À medida em que entro

domingo, 22 de julho de 2012

Instante/Amor

É a força do gosto pelo desgosto
É uma remota paixão esquecida
É sentir as coisas sem vive-las
E nunca viver sem senti-las





"Ou me decifras 
ou me devoras,
 menino chato"

sexta-feira, 13 de julho de 2012

sábado, 7 de julho de 2012

Ela apareceu,
(se escondi atrás das manchas do quadro)
linda e curiosa
a pupila de olho(noite)
e fez mancha fumaça
sim, e subiu
tão pura e turva como outrora
porém complicada agora
e me cercou
e me abraçou
ao som daquela suposta voz
e se fez mancha
na massa e na massa
e subiu
tapando a pupila 
da menina(noite)

quarta-feira, 27 de junho de 2012


"...queremos cuidar da vida
já que a morte está parida
um dia depois do outro
'numa casa enlouquecida'
digo de novo
quero dizer
agora é na hora
agora é aqui
e ali e você
digo de novo
quero dizer
a morte não é vingança
beija e balança
e atrás dessa reticência
queremos
quero viver"

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ao anoitecer


É que eu não tenho dinheiro
Tenho dever e devo, sim senhor
É que eu não tenho direito
O meu direito era pouco e se acabou

É que eu não tenho futuro
Não tenho presente, o passado não passou
É que eu não tenho cultura
Não tenho a cura, a TV me alienou

É que eu não vivo feliz
O ser feliz o meio já decretou
Ele(eu) não sabe o que diz
Mas corre que a novela já acabou

domingo, 17 de junho de 2012


Eu, brasileiro, confesso
minha culpa meu pecado
meu sonho desesperado
meu bem guardado segredo
minha aflição
[...]
Minha terra tem palmeiras
onde sopra o vento forte
da fome, do medo e muito
principalmente
da morte
[...]
Aqui é o fim do mundo
aqui é o fim do mundo
ou lá

terça-feira, 12 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

Torquatíssimo

Só quero saber de você
Ah meu amor!
Não quero saber
Só quero você
E você me diz que não pode dar certo?
Certo!
Você vai ver
vai ver eu
Ah, vai ver!
Você e eu...

Dezcansa numa


Uma
Duas
Três
Quatro...

Cinco
Seis
Sete
Oito...

Nove
Dez-
fez com a minha vontade

Sim, ali era meu dedo
E ele desconfiado e topado de machismo gemeu...
Gostou?
E vi aqueles olhos,
tão amados olhos,
arregalados.
Eu havia enfiado o dedo em sua consciência.

sábado, 9 de junho de 2012




Pagu faria 102 anos hoje!


Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, (09/06/910 — 12/12/1962) foi uma escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista brasileira. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna porque, na época, contava apenas com onze anos de idade.


Militante comunista trotskista e altamente feminista, foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.


Era uma mulher avançada para os padrões da época, pois cometia algumas “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões. Ela não queria saber o que pensavam dela, tinha muitos namorados e causava polêmica na sociedade. Esse comportamento não era nada compatível com sua origem familiar, porque provinha de uma família muito conservadora e tradicional.




Patrícia Galvão procurou aliar feminismo a
comunismo, levando o crítico Antonio Risério a afirmar que Pagu foi a
primeira  mulher  na  história  do  Brasil  a  "criticar  o  feminismo  em  nome  do materialismo histórico".


 Pagu até hoje é um grande exemplo na luta contra a opressão de gênero.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012




Nus

Nós

Nos

Amamos                                                   

terça-feira, 5 de junho de 2012




"...Pois bem:
Sei que vou sozinho
Sei que vou também sozinho
Mas acontece
Que parece
Que você 
É como se fosse
O próprio caminho"
                     
                                        (Torquato)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

domingo, 3 de junho de 2012